domingo, 8 de março de 2009

MULHER

Não tente entender as mulheres
Elas dizem não, querendo dizer sim
Mandam você embora, querendo que fique
Dizem que te odeiam, te amando

Não ouse entender as mulheres
Mulher não foi feita pra ser entendida
Elas querem te ouvir falar
Mas quando você fala, mandam que cale

Jamais queira entender as mulheres
Você enlouqueceria
Talvez esse seja o papel delas
Nos enlouquecer
De paixão, de tédio, de amor, de raiva

Não tente entender as mulheres
Apenas mande flores
Diga que ama
Dê um beijo, um abraço, um amasso
Mas, nunca, jamais tente enteder
Esse ser misterioso, maravilhoso
Incógnito, confuso, que Deus fez

Mulher não foi feita pra ser entendida
Mulher foi feita pra ser amada.


Jeisael Marx (Homenagem ao dia internaconal da Mulher)

sexta-feira, 6 de março de 2009

CAÇA AO REDATOR PUBLICITÁRIO NO MARANHÃO

Formandos, habilitem-se! Vagas abertas!

O título deste texto bem que poderia ser um anúncio das agências de publicidade, com letras garrafais e em negrito, no boxe destinado a empregos dos classificados dos jornais, veiculado em busca da solução de um problema crônico existente na comunicação publicitária da terra dos poetas Gonçalves Dias e Ferreira Gullar: a criação de peças e campanhas para os anunciantes.

Há algum tempo, talvez 10 anos, pouco se vê de criativo e novo nos veículos de comunicação. Nos jornais impressos é aquela poluição visual nada atraente aos leitores ávidos por notícias, que aqui e acolá bem que poderiam ser agraciados e envolvidos por um belo, criativo e bem acabado anúncio. Nas emissoras de rádio, como já escrevi e falei outras vezes, é pura gritaria e “corrida de cavalo”! Nas emissoras de TV o quê se vê é a entrada e saída de intervalos comerciais iguais, sem diferencial entre um VT e outro, ou seja: o anúncio e o produto não marcam, não atraem os consumidores. Faltam idéias!

Quando surgiram as faculdades de comunicação particulares locais, cheguei a comentar com vários amigos do meio publicitário que acreditava na melhora e evolução dos intervalos comerciais das TVs e rádios. Sem ser a “minha praia”, mas sendo também consumidor, vibrei em saber que em pouco tempo teríamos jornais e outdoors com excelentes e envolventes anúncios... Que nada! O tempo passou e o que se tem é uma mesmice de dar dó. Que pena! Pobre mercado de agências e agenciadores que só oferecem preço e desconto ao mercado de anunciantes, em detrimento da criatividade e qualidade. Poder de persuasão que é bom, nenhum! Em busca do tal BV, valioso desconto na mídia oferecido pelos veículos, tudo! Marketing de resultados ao cliente, zero!
Ser publicitário no Maranhão é “fácil”. Ser redator então... O cidadão que é agenciador de veículos (ou executivo de contas), além de criador das peças do cliente, também é atendimento, mídia, tráfego, produtor, locutor, diretor de vídeo, de arte... (só o que lembro agora). Ele só escapa quando o cliente é o autor da idéia e coloca alguém da sua família para protagonizar o anúncio. Esse tipo de “vendedor de publicidade” costuma concentrar a verba somente na mídia. Como nada tem a oferecer, além de desconto no valor das inserções, em geral essa prática torna-se um ciclo vicioso: o cliente não recebe propostas de criação, consequentemente não investe; como o cliente não investe, o “publicitário” então nada oferece. E assim, acomodam-se...

Em busca de solução, as grandes agências costumam importar profissionais de outros Estados. Coisa nova que é bom, também nada! Na verdade essas agências ajudam a inchar o mercado de gente ruim, que chega aqui se achando “o elefante branco dos olhos azuis”, pensando estar em terra de índio (que me desculpem os indígenas, pois é só para fazer uma referência de tempo e evolução). E como o nível de exigência local é baixíssimo, eles vão ficando, ficando, ficando...

Esses “estrangeiros” geralmente não atendem às necessidades e ganham tubos de dinheiro sem justificar o investimento. É gente que, na maioria dos casos, não deu ou não dá certo em seu mercado de origem; que não tem espaço ou que não obteve sucesso na sua terra, sendo a única saída migrar para outras, digamos, menos evoluídas. Depois de perceberem o tropeço na tal invenção da importação, os empresários das agências passam a dispensá-los, já que a contração fora feita pela apresentação do currículo e que, na prática, pouco mostram.

Uma parte dessa gente ganha o mundo de volta. Outra, finca o pé na boa terra, ainda tranqüila, pacata... E, sem sombra de dúvidas, boa também para ganhar dinheiro, em função do alto índice de desinformação e falta de preparo, inclusive de empresários e anunciantes. Como “em terra de cego quem tem um olho é rei...” E dentre os que ficam, existem boas surpresas e agradáveis exceções. Esses “correm atrás do preju” e se tornam até empresários na terrinha, de tão boa que é para ganhar dinheiro (lembrando, novamente).

Para mostrar serviços e não decepcionarem, esses “estrangeiros” contratados para áreas específicas, normalmente à redação e à direção de arte, passam a executar até mesmo outras funções, como atendimento ao cliente e direção de produção, de áudio e vídeo. Alguns encaram até a telinha, viram “garotos-propaganda”, ou mesmo impostam as vozes nas locuções das peças publicitárias de rádio e TV. Daí ganham a segurança e a esperteza suficientes para encarar “o nosso pobre mercado” e, em sua maioria, ficam no Maranhão e se tornam “donos de agências”. Em geral, são aqueles que acham que criação é somente texto para locução/off ou para apresentação/on. Não acrescentam mesmo!

Outro fato curioso nessa falta de noção dos “nossos redatores”, bem observado pelo radialista e publicitário Jeisael Marx, é que as peças e campanhas, além de nada de novo apresentar, também se tornam, na TV, nada mais que a animação da peça gráfica - do panfleto, do anúncio de jornal ou do outdoor. “Produtora vai então comprar câmera pra quê?”, indagou em seu blog. Basta um editor-conhecedor das ferramentas de softwares de edição de imagens e pronto, está criado e produzido o vídeo, que alguns ainda chamam de “filminho”. Fácil, não é?! E tem gente que engole mesmo, sem fazer cara feia! O importante é captar o recurso do anunciante logo, sem deixá-lo escapar. A agilidade de criação e produção está em função do faturamento imediato. Ô, terrinha boa para ganhar dinheiro! Na publicidade, então...

Gostaria de deixar claro que não tenho nada contra a importação de profissionais. Só acho que devam ser de boa qualidade, para aprendermos com as suas capacidades e experiências. Dessa forma, acho justíssimo o investimento, pois certamente engrandecerão o nosso mercado e torna-se-ão referências para profissionais e estudantes, aqui ou em qualquer canto. Do contrário, melhor anunciar mesmo: CAÇA AO REDATOR PUBLICITÁRIO NO MARANHÃO. FORMANDOS, HABILITEM-SE! VAGAS ABERTAS! Aqui, pelo que percebo, a crise vem atingindo somente as idéias dos publicitários.

A propósito, para finalizar, deixo aqui um desafio: o final do ano é talvez o período na publicidade de maior investimento dos anunciantes e também de excelente faturamento das agências e veículos. Fica a pergunta: você lembra de algum anúncio marcante, no jornal, outdoor, rádio e/ou TV? Responda e comente. Boa memória!


Marcos Baeta Mondego
(Março de 2009, na expectativa do “início do ano”)