quinta-feira, 8 de maio de 2008

São Luis - Fim de mundo

Por Jeisael Marx

Durante algum tempo resisti a comentários e piadas do tipo que diziam ser São Luis um "fim de linha". Com um mixto de frustração, raiva e constrangimento, devo agora me render. Não sem antes -repito- ter resistido bravamente e ter defendido nossa capital-fim-de-mundo.


Mas não tem jeito. O que acontece no mercado local merece um estudo de caso. Quando alguém precisa comprar um equipamento um pouco mais acima do básico, não encontra em nenhuma loja. Eu tô falando de coisas "um pouco acima do básico", (e, às vezes, até o básico mesmo) não de tecnologia de ponta. A desculpa dos lojistas é de que não há oferta porque o mercado local não tem demanda. Será? Será que não é a demanda que não existe porque não há a oferta?


É preciso quebrar esse ciclo. Os empresários precisam ter coragem de investir. E aí a gente vai deixar de pedir de São Paulo e de outras praças e comprar aqui mesmo, gerando riqueza, emprego e renda na nossa amada Upaon-açu. Não adianta ficar com essa desculpa esfarrapada de que não há demanda. Os senhores já se perguntaram por quê então os consumidores de produtos de tecnologia compram lá fora?


Agora também não adianta nada querer os "olhos da cara" em troca de colocar tais produtos no mercado local, que é o que acontece com os poucos que se aventuram a disponibilizá-los em suas prateleiras. Aí encalha, né amigo? Lembre-se que hoje existe internet, e todo mundo pode pesquisar quanto custa o mesmo equipamento em outras praças. Desse jeito não vai vender mesmo.


Falando em internet, esse é outro ponto fraco, fraquíssimo, das empresas locais. Diante das possibilidades de negócio e do retorno, é tão barato investir num sitio na web e atender não somente a praça local, que é o que a grande maioria das empresas de fora faz. Ou será que o empresário pensa que o consumidor vai adivinhar com uma bola de cristal que ele tem este ou aquele equipamento pra vender?


Muitas lojas até deixaram de existir fisicamente com o advento da internet e se tornaram e-commerce. Conheci barracas em shoppings populares em São Paulo, com espaços não maiores que 4 metros quadrados, vendendo coisas inpensáveis até para as maiores lojas de tecnologia e informática em São Luis. O negócio deles é todo baseado na rede mundial de computadores.


Abram os olhos, senhores lojistas. Há consumidores sedentos por produtos além do "feijão-com-arroz" de suas vitrines e prateleiras. Dêem-nos o filé.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hummm... Muito bom...


... Amu-t......

Xellúhh