sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Gestão por processos

Saiba como, de acordo com dois consultores de empresas, o fator humano pode influenciar o fator técnico nos processos

Maria Paula Bartolozzi Astrauskas

Num mundo cada vez mais competitivo, onde os mercados estão sem fronteiras, as organizações passaram a se preocupar não só com o fator técnico da qualidade, mas também com o potencial humano, criativo e inovador de seus colaboradores. E a cada dia estão conscientizando-se da importância do fator humano como “ferramenta” estratégica que agrega valor ao processo e transforma o ambiente de trabalho.Sob o ponto de vista de aplicação da conceituação de processo, como uma ferramenta para a busca da melhoria da qualidade, pode-se dizer que processo é o conjunto de recursos. Sejam eles matérias primas, máquinas, recursos financeiros e humanos interdependentes, porém necessários, à produção de um resultado final e que cria maior valor para o cliente.
A garantia do alto desempenho da qualidade só ocorrerá quando os gestores enxergarem a necessidade desta integração desde o inicio do processo, considerando todas as atividades, sejam elas primárias ou de apoio, como sendo de fundamental importância para a cadeia de valor da organização.A forma de gerir empresas tem se transformado a cada dia. Da gestão centralizadora, vertical e baseada no organograma, nos tempos atuais, sobrevive aquela que está no caminho da flexibilidade, horizontalidade e da interação entre as áreas. “Silos” nunca mais! Hoje a realidade é outra.
A gestão por processo é o melhor caminho para a organização proporcionar um valor maior aos seus clientes e conseqüentemente as partes interessadas. Nota-se que ainda uma grande maioria das organizações não aprendeu a tirar do papel os seus mapas de relacionamento e de processos, e transformar o ambiente organizacional em algo verdadeiramente dinâmico e que proporciona resultados.O poder ainda é uma questão muito forte nas organizações, o que impede o fator humano de criar soluções e alternativas para o sucesso organizacional e pessoal. Os colaboradores ainda estão como na época Taylorista, altamente mecanizados e robotizados, e não conhecem os processos da organização em que trabalham, o que dificulta o caminho para uma efetiva gestão por processo.
A base para uma gestão por processo é a integração do fator humano a tantos outros fatores técnicos identificados nas organizações, o que pode alavancar os processos. Somente com uma gestão baseada na capacidade humana é que as organizações poderão se tornar mais competitivas.São ótimos os treinamentos focados em redesenho de processos, indicadores e estratégias. É fundamental ter uma infra-estrutura baseada num sistema de informação que sustente os processos.
Mas, não podemos esquecer que os processos foram projetados para interagir com outros processos, como por exemplo, clientes internos, externos e fornecedores; a nossa arquitetura de tecnologia de informação, tão importante nesse processo, se sustenta na comunicação.Se observarmos as capacidades que podem transformar essa nossa realidade chegaremos à constatação de que o Fator Humano deve caminhar em conjunto com o Fator Técnico.Recentemente, tivemos a oportunidade de desenvolver um projeto dentro de uma indústria e unimos forças para incentivar esta interação, com isso, obtivemos 100% de sucesso. Os conceitos atualmente abordados hoje tanto nas universidades como nos ambientes de trabalho, tais como liderança, cultura, conhecimento e governança são, respectivamente, a base para o apoio, o trabalho em equipe e foco no cliente, metodologias de redesenho de processos e iniciativas de mudança.
Muito embora no Brasil ainda se fale pouco de gestão por processo, as empresas subsidiárias de multinacionais têm contribuído muito para que esse conceito seja trazido para as organizações brasileiras apresentando resultados positivos.Acreditamos que esses fatores, quando interligados, poderão ser fortes viabilizadores de processos mais eficientes e eficazes e representarão oportunidades para as organizações que estão a caminho de redescobrir como um processo redesenhado pode atingir o alto desempenho.
CRÉDITOS
Maria Paula Bartolozzi Astrauskas é psicóloga, pós- graduada em Administração e Consultora de Recursos Humanos da Consultoria Siegen – www.siegen.com.br
Laércio de Mattos é professor de graduação nas áreas de Administração, Recursos Humanos e Qualidade do Grupo Flamingo. É também consultor na área de Qualidade, Auditor Líder da Qualidade e Auditor Líder Ambiental.

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