domingo, 23 de setembro de 2007

UNIÃO EUROPÉIA

(O texto abaixo é de um trabalho para a disciplina Comércio Exterior, Curso de Gestào Empreendedora - Uniceuma. Não deverá ser reproduzido com a mesma finalidade)


“Pensar num Estado único é exagero, mas sem dúvidas é possível ser otimista quanto ao fututo da União Européia.”

Michael Calingaert Analista político do Instituto Brookings - EUA




Há cinqüenta anos, o Tratado de Roma, deu origem à União Européia. Era 25 de março de 1957, quando seis países da Europa Ocidental (França, Alemanha, Luxemburgo, Itália, Bélgica e Holanda) assinaram em Roma o tratado que criava a Comunidade Econômica Européia (CEE), símbolo de uma cooperação reforçada entre os signatários, e embrião da atual UE.
Após meio século de história, a UE se consolidou como um dos mais importantes atores da política e economia mundial e se impôs como o mais importante Bloco Econômico, modelo para outras regiões do mundo, concretizando idéias revolucionárias como a criação de uma moeda única, o euro, e a livre circulação de cidadãos.
A União foi bem-sucedida em seus projetos de abertura e unidade econômica, mas esta história de êxitos atravessa atualmente uma de suas crises mais profundas. O crescimento acelerado trouxe problemas de desigualdade e crise de identidade. Por trás dessa história de sucesso, pulsa uma Europa muito desigual e dividida em questões vitais para o futuro da UE.
“A conceituada revista "The Economist" resumiu os problemas a três tópicos principais: o fracasso da Constituição Européia, reprovada em referendos populares na França e na Holanda; o desencanto popular nos países que fazem parte do grupo (44% dos cidadãos europeus acham que a vida piorou desde a entrada de seus respectivos países na UE, aponta pesquisa do jornal britânico "Financial Times"); e o fraco desempenho econômico dos países do grupo nos últimos anos.” (Trecho de reportagem da Folha de São Paulo).
Há ainda outros problemas a considerar, como a entrada da Turquia no bloco, a falta de empregos, a invasão maciça de imigrantes africanos, a guerra do Iraque – que divide os países do bloco entre os que apóiam os EUA e os que não queriam a invasão – e ainda há a crise que se estabeleceu com a Rússia após os Estados Unidos negociarem a instalação de bases militares na Polônia e na República Tcheca. Essas questões levaram a declarações pessimistas sobre o futuro do bloco. O francês Jacques Delors, presidente da Comissão Européia entre 1985 e 1995, alertou para um possível "desmembramento" do bloco. Alguns problemas se agravaram com a entrada de novos países, elevando de seis membros originais há cinqüenta anos para os vinte e sete atuais. Muitos deles com uma memória histórica muito diferente do último cinqüentenário, segundo Antonio Missiroli, chefe dos analistas políticos do European Policy Centre, centro belga de estudos da União Européia. Alguns desses novos países são muito desiguais. A Bulgária, por exemplo, é um país muito pobre, e vai precisar de muito investimento da UE para se desenvolver e chegar ao nível dos outros países. É por isso que a UE parece desunida, segundo opinião de especialistas.
Porém, os problemas enfrentados hoje pela UE não anulam as conquistas do bloco, que foram muito além das imaginadas em 1957, quando Bélgica, França, Alemanha Ocidental, Itália, Luxemburgo e Holanda assinaram o Tratado de Roma. A Europa é hoje a segunda potência econômica mundial, atrás dos Estados Unidos. E o continente manteve até agora um sistema de bem-estar social invejado até pelos norte-americanos. A estabilidade serve como atração para que mais países do continente queiram aderir à EU - o que pode levar ao crescimento do bloco e a novas polêmicas também. Isso decorre do sucesso da experiência de países que aderiram ao grupo nas últimas décadas e tiveram uma melhora significativa em sua situação econômica e social, como a Espanha, Portugal e especialmente a Irlanda.
Economicamente o crescimento foi espetacular. Quem sabe muito disso poderia acontecer sem um mercado comum, mas com certeza muito do desenvolvimento desses países se deu por causa da União Européia, e por isso ela é uma das maiores potências econômicas do planeta. E, apesar do fraco desempenho econômico dos últimos anos, o futuro parece otimista para os europeus.

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